quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Turras contra Tugas

Cinquentenário do 4 de Fevereiro

O 4 de fevereiro de 1961 é um marco histórico para Angola porque, em termos de ação armada, marca, para os Turras, o princípio do fim do jugo colonial português, na sangrenta caminhada, de décadas, para a independência e a paz.  Mas a data também  é portuguesa, faz parte da memória coletiva dos Tugas.


RI 19 de Chaves

Não é costume as nações celebrarem derrotas militares mas não devemos envergonhar-nos de ter perdido as três Guerras do Ultramar. Pelo contrário, devemos prestar homenagem aos combatentes que, de ambos os lados da trincheira, morreram em Angola, Guiné e Moçambique.


Infelizmente foi preciso uma guerra de treze anos, ceifando milhares de vidas, para que o clamor de "Angola é Nossa" cedesse lugar ao de "Angola para os angolanos".






O 4 de fevereiro de 1961 contribuiu para a libertação do povo português, de uma ditadura que teimava na política do "orgulhosamente sós", não reconhecendo na ONU o direito dos povos à autodeterminação. Conduziu ainda ao fim do nosso império colonial, reduzindo o espaço geográfico português ao solo pátrio europeu, de onde o Tuga partira cinco séculos  antes à descoberta e conquista de outros mundos.


Falecido em defesa da pátria, cemitério de Sonim, Valpaços

Cinquanta anos depois ainda há muitos homens e famílias da geração do "soldadinho que não volta do outro lado do mar" que sofrem as cicatrizes das guerras do ultramar.


Ex-combatentes do ultramar português - Friends forever 
Amizade extensiva às esposas, filhos e netos.






Que as novas gerações de angolanos e portugueses tirem ensinamentos do "4 de fevereiro", a fim de caminharem unidas, numa comunidade de interesses, alicerçada no passado e na língua comuns.