segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Férias de Natal da Ioana na Roménia


Passados dois anos e meio da minha vinda para Portugal, voltei à minha terra natal, cheia de saudades dos familiares e amigos. Parti de Portugal em direcção a Turim, Itália, onde passei 2 dias. Depois, foi a continuação da longa viagem até à Roménia.
À chegada, um sentimento de nostalgia me invadiu quando vi lugares tão familiares e pessoas de que tanto gosto. A alegria foi tanta que quando entrei em casa dos avós senti, realmente, que estava em casa!
Mas a verdadeira festa começou quando vi os meus amigos!


Como sempre, na Roménia havia neve, muita neve. Passei os dias a praticar desportos de Inverno.


Depois fui para a casa de férias da família, na Transilvânia, onde aproveitei para saborear pratos típicos da Roménia, preparados tradicionalmente.


Com a aproximação do Dia de Natal, começou a azáfama dos preparativos. Os mais novos da família fizeram a árvore de Natal, cortada pelo avozinho. As mulheres encarregaram-se das refeições e dos doces e os homens trataram do arranjo da casa.

Na noite de 24 de Dezembro a família juntou-se para o jantar, num ambiente totalmente especial e apropriado para esse dia. Foi algo de maravilhoso. A partir de uma certa hora é costume, na Roménia, irem batendo à porta os vizinhos, amigos, conhecidos e familiares para cantar canções tradicionais, próprias da noite de Natal. Foi o que aconteceu em nossa casa. Como agradecimento, oferecemos aos visitantes doces tradicionais, bombons e, como sempre, convidámo-los a juntarem-se a nós, ao pé da lareira, para se aquecerem e partilharem a alegria de estarmos juntos num dia tão especial.

COLINDA - Cantar os Reis, Cantar as Janeiras

Portugal e Roménia, tão distantes na geografia da Europa e tão perto na preservação das mesmas tradições dos cânticos de Natal!

A casa ficou cheia de amigos. Depois de convivermos partimos todos para cantar em outras casas também. Era tão bom ver as pessoas assim, sempre com sorriso na cara e com vontade de festa, toda gente se esqueceu por uns momentos das preocupações de dia a dia.
Depois no dia 25 de Dezembro, de manhã, toda gente, ao acordar, foi para perto da árvore de Natal para abrir os presentes, o momento tanto esperado por todos. O dia continuou em família, como habitualmente.

Dia 26 de Dezembro tivemos de voltar para Portugal. Como à ida, paramos na Itália.
Foram umas férias maravilhosas e que espero repeti-las todos os anos.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Quadra Natalícia

Como Passei as Festas de Natal e Ano Novo



Habitualmente, reparto as férias escolares do Natal entre Lisboa e Trás-os-Montes. Este ano não fugiu à regra.





Estação de Santa Apolónia


Para assinalar o fim da presidência portuguesa da União Europeia, o Governo e a Câmara Municipal de Lisboa montaram no Domingo, dia 23 de Dezembro, um espectáculo no Terreiro do Paço, chamado «Festa Popular». Interessado pelas questões europeias fui até ao local e, como «mirone», andei pela Baixa pombalina, durante algumas horas, aproveitando para conhecer as novas estações do metro.



Arco da Rua Augusta
Em tons de azul e amarelo, cores da bandeira europeia.
Exposição sobre «A História da Europa e a Evolução das Fronteiras»




Um eléctrico chamado Treaty of Lisbon
Foi neste moderno eléctrico que no final da cerimónia de assinatura do Tratado de Lisboa, nos Jerónimos, os chefes de governo dos 27 estados membros da União Europeia viajaram até Belém, numa distância de 500 metros, para o almoço oferecido pelo Presidente da República.





A festa contou com a actuação da charanga a cavalo e dos motociclistas da Guarda Nacional Republicana, de bandas sinfónicas e do grupo operacional cinotécnico da Polícia de Segurança Pública.














Floristas do Rossio




Entrei no Nicola do Rossio para beber um café e não resisti a tirar uma foto à pintura que representa o poeta Bocage, frequentador do Nicola, a troçar dos frades. É célebre a sua quadra ao ser interpelado pela polícia: Eu sou Bocage. Venho do Nicola. Vou p’ro outro mundo se dispara a pistola.




D. José I

25º Rei de Portugal no pedestal, a cavalo, a olhar para o Tejo



Projecção, num ecrã gigante, da evolução das fronteiras. O Espaço europeu Schengen, de livre circulação de pessoas, sem controlos nas fronteiras internas, foi agora alargado a nove dos países que em 2004 aderiram à União Europeia.

Na Terra Fria

A época natalícia é um dos momentos do ano em que o regresso à terra de origem, em Trás-os-Montes, é quase obrigatório, para manter vivos os afectos de ligação à infância, à família e à comunidade. O ritual foi cumprido, facilitado pelas auto-estradas que rompem as montanhas do Reino Maravilhoso. O Pai Natal, assim como a árvore de Natal, ambos de origem pagã, vão-se introduzindo na cultura local.

Alguns dias antes do Natal nevou pelas terras altas de Trás-os-Montes. A neve encanta-me. Durante a nossa estadia em Travancas, Chaves, não nevou mas os termómetros registaram temperaturas baixas, provocando fortes geadas durante a noite.








Assando castanhas à lareira








Alheira e chouriças na brasa
Este ano como não fez tanto frio, a matança do porco fez-se mais tarde e ainda há muito fumeiro que se encontra a secar à lareira.



Geada


Ceia da Consoada

Mesa à volta da qual se reunem, em Santo Antão do Tojal, em todos os Natais, familiares e amigos. Não são sempre os mesmos. Uns partiram e outros foram chegando, por afinidade ou laços de sangue.











Missa do Galo


Terminada a ceia de Natal, o grupo de familiares e amigos dirigiu-se à Igreja de Santo Antão do Tojal para a tradicional Missa do Galo. Tanto na igreja como em casa cantaram-se cânticos de louvor ao Deus Menino, o Salvador.



Prendas de Natal

Na minha infância, na aldeia, as prendas eram entregues às crianças no Dia de Reis pelo Menino Jesus. Mas no espaço de uma geração tudo mudou! O consumismo leva a que todos recebam prendas de todos, entregues, na noite de Consoada, pelo velhinho Pai Natal de barbas brancas! A descristianização crescente do Natal levou alguém a escrever, revoltado, nas paredes da Baixa de Lisboa: « Natal é Festa Cristã!» A sociedade de consumo é uma sociedade materialista. É sintomático que a referência à origem cristã da civilização europeia no preâmbulo da Constituição tenha levantado tanta celeuma!






Twinx, o gato francês, deitado, a apanhar Sol, sobre o musgo do presépio, feito com ternura pelo JP

Adeus, Ano Velho!Bucho e bolo-rei na tradicional ceia de passagem do ano, em casa, na companhia de amigos e familiares. O bucho é feito com costeletas de porco em sorsa. É cozido antes de ser servido à mesa, sendo acompanhado com batatas e couves.

Boneca de barro feita pela princesa há anos atrás, cercada por coroa de Natal.

Que em 2008 haja pão e paz na Terra aos homens de boa vontade!