quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Rentrée Scolaire

Novo Ano Escolar
Com o ritual de reuniões que antecedem o arranque do ano escolar e as aulas de apresentação, a instituição escolar garante a reprodução social. No entanto, não há monotonia, a rentrée scolaire é um momento mágico e o espaço escolar, uma montra de formas de ser e estar.






As últimas novidades e tendências da moda











Formação de grupos e reencontros









O charme do muro Esta parede, nos dias de Sol, tem grande procura. Na abertura do novo ano escolar, a julgar pelo que se vê, esta tradição ainda é o que era!.








Novatos em fase de observação e adaptação





Portão gradeado a fazer recordar os antigos cancelos

No vestuário continuam a impor-se a ganga e os ténis. As havaianas, no entanto, têm os seus adeptos especiais.




Sala de convívio
Passerelle e sala de passagem onde se cruzam diferentes culturas.















terça-feira, 18 de setembro de 2007

Carta a Incertos

Horário de um professor em fim de carreira
Enquanto não me reformo e aguardo pela resposta à Carta Aberta dirigida à Ministra de Educação e ao recurso hierárquico que interpus, por não ter sido provido como professor titular, continuo, como sempre fiz, a dar aulas.

Tenho um horário sobrecarregado, com OPTLs, furos e acréscimo de tempos lectivos e não lectivos. Pela primeira vez trabalho de manhã, à tarde e à noite, com dois programas novos para leccionar: Economia B, do 11º ano, a alunos do ensino nocturno, e uma disciplina nova chamada Cidadania e Mundo Actual. Só quando me foi entregue o horário soube que esta disciplina integra o currículo de cursos profissionais, destinados a dar novas oportunidades a alunos do 9º ano, com dificuldades de aprendizagem. Sinto-me como se tivesse sido mandado atirar à água, sem ter recebido lições de natação e salva-vidas. E mais não digo, por enquanto, sobre os propagandeados benefícios destes cursos, para os alunos que neles se inscreveram.
Mas uma questão se impõe: com que tempo fico para preparar aulas, fazer e corrigir testes, trabalhos de casa e outras fichas?
Quanto a Sociologia, foi-me atribuída uma turma de 29 alunos das turmas 10 e 11 do 12 º ano. Escrevo sumários em dois livros de ponto e vou às reuniões de duas turmas; no entanto, para efeitos de carga horária, só conta como se tivesse uma. Tenho problemas auditivos que se agravaram ultimamente e a sala de aula está a abarrotar. Contudo, os meios de comunicação social transmitem para a opinião pública a ideia de que o ratio de alunos por professor, em Portugal, é dos mais baixos da União Europeia. Nestas condições, prevejo que só com esforço hercúleo e muita dedicação a estes jovens é que vou ultrapassar as dificuldades criadas pelo actual sistema educativo. Espero que os encarregados de educação me ajudem, sensibilizando os seus educandos para a necessidade de serem assíduos, pontuais, empenhados e respeitadores da autoridade do professor.






domingo, 9 de setembro de 2007

Férias escolares de Euroluso

No Reino Maravilhoso
Por causa da Carta Aberta à Ministra da Educação e da feitura dos relatórios entregues no seu gabinete, as férias de Verão, este ano, foram bem mais pequenas, passadas, como habitualmente, em Trás-os-Montes.


A casa chama-se «Entre quem é», numa homenagem a Miguel Torga, que, se fosse vivo, faria 100 anos em 2007. O nome é, também, no plano simbólico, uma alusão à tradicional hospitalidade dos transmontanos. Não se pergunta quem é que bate à porta, manda-se logo entrar.





Na aldeia o tempo foi passado a cortar relva, tirar ervas, arrancar batatas e regar plantas sedentas.







A Eva, temerosa, a fazer o reconhecimento do novo espaço.






Com maçãs e peras biológicas - a maioria com bicho - fiz compotas. São muitas horas a descascar os frutos e a fazer o doce, mas vale a pena!















Da janela da minha casa eu vi passar ...
A dona Joaquina, uma senhora franzina, viúva, com uma força interior inabalável. Mora só, os filhos estão para a França.
No Verão de 2006 ajudou-me a descarregar tractores de lenha picada. Fiquei impressionado com a sua agilidade e a sua personalidade. Desde então, nutro grande admiração e respeito por ela.

Aquae FlaviaeNas férias, o dia a dia, decorreu entre a aldeia, a 900 metros de altitude, e Chaves. A cidade, com o Programa Polis, está cada vez mais linda.


Varandas de Chaves
O centro histórico está bem preservado. As típicas varandas dão a Chaves um encanto peculiar.





















PoldrasPonte de pedras sobre o Rio Tâmega
Ponte Romana
Há dois mil anos, o Imperador Trajano, para as legiões romanas viajarem de Braccara Augusta a Astorga, mandou construir nas termas de Aquae Flaviae esta bela ponte sobre o Rio Tâmega.

No único fim de semana passado em Trás-os-Montes, durante as férias, em um e dois de Setembro, dei um passeio pelo Barroso e pelo Sul da Galiza, para visitar a Expolimia em Ginço do Lima e a Feira do Oculto em Vilar de Perdizes.
Torre da Igreja Velha. Ginço é uma cidade de dez mil habitantes. Fica situada na fronteira, perto de Montalegre.
Ginço do Lima vive da agricultura. A batata de semente certificada é uma das suas riquezas.












Cozinha Galega
Especialidade feita com batatas e urtigas. Uma delícia!






Serra do Larouco
Do outro lado da serra fica Montalegre, Portugal

Fronteira Galega
Nesta e noutras passagens da fronteira, os nacionalistas galegos, defensores de aproximação com Portugal e a língua portuguesa, apagam «Espanha» e escrevem o que lhes vai na alma. As autoridades portuguesas, rodoviárias ou alfandegárias, não corrigem; deixam andar!

Castelo de Montalegre


Monumento a João Rodrigues Cabrilho, natural de Cabril, concelho de Montalegre. Este navegador português, ao serviço da Espanha, descobriu a Califórnia, EUA, no século XVI. Dele, há uma estátua em San Diego a comemorar o feito.


Carvalho da Forca
Neste carvalho, na Praça do Município de Montalegre, foi publicamente enforcado, em 18 de Setembro de 1844, o último preso, condenado à morte em Portugal. Portugal foi o terceiro país do mundo a abolir a pena de morte.


ChegaLuta entre dois touros. As chegas são uma tradição típica da região barrosã. Cada aldeia tem um touro cobridor, o boi do povo, alimentado por todos os vizinhos.


Tão perto e tão longe A aldeia de Serraquinhos fica desviada da estrada secundária, de Chaves a Montalegre. Parece perdida no tempo, milagrosamente. Até quando? Para recuar ao passado basta imaginar a aldeia com telhados de colmo, sem electricidade e sem estrada alcatroada.











Urzes e Tojos
Plantas típicas de Trás-os-Montes.











Na terra das bruxas


A Feira do Oculto, em Vilar de Perdizes, começou por ser um Congresso de Medicina Popular. Actualmente, atrai, todos os anos, no início de Setembro, milhares de forasteiros do Norte de Portugal, de todas as idades e estratos sociais, em busca de cura para os males de que padecem.







Por do Sol
Serra do Larouco vista do Planalto da Bolideira

Guardador de ovelhas
Às quais trata carinhosamente pelo nome.
Socalcos do Douro
"De repente, rasga a crosta do silêncio uma voz de franqueza desembainhada:
- Para cá do Marão, mandam os que cá estão!...
Sente-se um calafrio. A vista alarga-se de ânsia e de assombro. Que penedo falou? Que terror respeitoso se apodera de nós?
Mas de nada vale interrogar o grande oceano megalítico, porque o nume invisível ordena:
- Entre!
A gente entra, e já está no Reino Maravilhoso."
Miguel Torga

Serra do Marão
Entrar ou sair de Trás-os-Montes - O Reino Maravilhoso de Miguel Torga - pela A24, é ter a ter a possibilidade de encontrar neve nas serras de Viseu a Chaves, no Inverno, e ficar deslumbrado com os socalcos do Douro.