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A Escola EB 1 de Mairos, no concelho de Chaves, tal como milhares de escolas, dos 27 países membros da União Europeia, associou-se à comemoração do Dia da Europa, Dia 9 de Maio.

A comemoração da data só se tornou possível graças à boa vontade das professoras, atarefadas com outras actividades educativas, incluindo uma visita de estudo.
O grandioso edifício de granito da anterior escola primária, mandado erigir em 1888 por um rico emigrante da terra, Rodrigues de Sá, atesta bem, desde há muito, a preocupação dada à instrução das gentes desta terra da raia transmontana.
O edifício actual, inaugurado em 1981, mantém essa tradição de boas instalações escolares, ímpar nas terras mais próximas. Mairos é também uma das aldeias concelhias onde há mais crianças.

Os dois factores contribuem para que a escola receba alunos das vizinhas aldeias de Paradela de Monforte e de São Cornélio, aos quais se juntarão, no próximo ano lectivo, alunos de São Vicente, Aveleda, Orjais, Segirei, Argemil e Travancas, aldeias da fronteira onde escasseia o elemento humano, a maior das riquezas de uma terra.

Habituado a desenvolver na Escola Secundária de São João do Estoril actividades relacionadas com a Dimensão Europeia na Educação, não resisti, na situação de reformado, de me manter ligado ao ensino como professor voluntário e, passando parte do meu tempo a residir em Travancas, aldeia vizinha de Mairos, propus, na Páscoa, às professoras da EB 1 de Mairos, a comemoração do Dia da Europa, ideia a que elas foram receptivas por a actividade se integrar no currículo dos alunos e na relação da escola com o meio.
Sexta-feira, dia 8 de Maio, a seguir ao almoço, conforme combinado com as professoras, voltei à escola.
Juntaram-se os alunos numa única sala e, no papel de professor convidado, dei uma aula sobre os Símbolos da União Europeia, do agrado das crianças, pela reacção que observei.Terminada a aula, a professora Dalila escreveu num quadro a letra do Hino da Alegria
Ela, a profesora Hermínia, a educadora de infância e a funcionária de acção educativa ensinaram as crianças a cantá-lo, tendo-o aprendido sem dificuldade.

Um aluno de São Cornélio, meu conhecido desde que o encontrei com as cabras num dia de neve, ficou tão entusiasmado que, sem ninguém o ensinar, assobiando, interpretou bem o hino da União Europeia, acto merecedor de reconhecimento e entusiásticas palmas por parte dos colegas.
Depois de cantado o Hino da Alegria, retirado da 9ª sinfonia de Bethoven, as professoras distribuíram esferográficas, canetas de pendurar ao pescoço, réguas, blocos de notas ...
... brochuras ilustradas e, dirigida aos encarregados de educação, uma brochura com um CD sobre o Parlamento Europeu e as eleições de 7 de Junho próximo para o maior parlamento multinacional do mundo.Era patente a satisfação dos alunos, visível na concentração da leitura e no folhear cuidadoso das brochuras.
Uma aluna, julgando possivelmente que as prendas foram oferecidas por mim, disse-me que era muito simpático. Aliás, a empatia foi recíproca, achei os alunos comunicativos, sociáveis e bastante interessados. Em casa, ao contar essa impressão à minha mulher, natural de uma aldeia mais arriba, na montanha, disse-me que já noutros tempos "os de Mairos" tinham fama de elevada urbanidade e sociabilidade. 
Saudação, à entrada de Mairos, junto ao portão da escola, a quem chega de Chaves.




