quarta-feira, 20 de maio de 2009

Dia da Europa na Escola EB 1 de Mairos

Trás-os-Montes no mapa das comemorações

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A Escola EB 1 de Mairos, no concelho de Chaves, tal como milhares de escolas, dos 27 países membros da União Europeia, associou-se à comemoração do Dia da Europa, Dia 9 de Maio.


A comemoração da data só se tornou possível graças à boa vontade das professoras, atarefadas com outras actividades educativas, incluindo uma visita de estudo.

O grandioso edifício de granito da anterior escola primária, mandado erigir em 1888 por um rico emigrante da terra, Rodrigues de Sá, atesta bem, desde há muito, a preocupação dada à instrução das gentes desta terra da raia transmontana.
O edifício actual, inaugurado em 1981, mantém essa tradição de boas instalações escolares, ímpar nas terras mais próximas. Mairos é também uma das aldeias concelhias onde há mais crianças.


Os dois factores contribuem para que a escola receba alunos das vizinhas aldeias de Paradela de Monforte e de São Cornélio, aos quais se juntarão, no próximo ano lectivo, alunos de São Vicente, Aveleda, Orjais, Segirei, Argemil e Travancas, aldeias da fronteira onde escasseia o elemento humano, a maior das riquezas de uma terra.


Habituado a desenvolver na Escola Secundária de São João do Estoril actividades relacionadas com a Dimensão Europeia na Educação, não resisti, na situação de reformado, de me manter ligado ao ensino como professor voluntário e, passando parte do meu tempo a residir em Travancas, aldeia vizinha de Mairos, propus, na Páscoa, às professoras da EB 1 de Mairos, a comemoração do Dia da Europa, ideia a que elas foram receptivas por a actividade se integrar no currículo dos alunos e na relação da escola com o meio.


No Dia da Europa comemora-se o nascimento oficial da União Europeia. Foi neste dia, em 9 de Maio de 1950, que Robert Shumann, ministro francês dos negócios estrangeiros, apelou a outros países para, em torno da paz, da democracia e do progresso, formarem a CECA – Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, embrião da actual União Europeia.


Em cima da hora, dois dias antes da comemoração, apareci na escola, com abundante material didáctico e informativo, gentilmente cedido pelas simpaticas e eficientes funcionárias das representações do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia em Lisboa.

Sexta-feira, dia 8 de Maio, a seguir ao almoço, conforme combinado com as professoras, voltei à escola.

Juntaram-se os alunos numa única sala e, no papel de professor convidado, dei uma aula sobre os Símbolos da União Europeia, do agrado das crianças, pela reacção que observei.


Terminada a aula, a professora Dalila escreveu num quadro a letra do Hino da Alegria


Ela, a profesora Hermínia, a educadora de infância e a funcionária de acção educativa ensinaram as crianças a cantá-lo, tendo-o aprendido sem dificuldade.


Um aluno de São Cornélio, meu conhecido desde que o encontrei com as cabras num dia de neve, ficou tão entusiasmado que, sem ninguém o ensinar, assobiando, interpretou bem o hino da União Europeia, acto merecedor de reconhecimento e entusiásticas palmas por parte dos colegas.

Depois de cantado o Hino da Alegria, retirado da 9ª sinfonia de Bethoven, as professoras distribuíram esferográficas, canetas de pendurar ao pescoço, réguas, blocos de notas ...

... bolas insufláveis com o símbolo do Parlamento Europeu, mapas da União Europeia ...

... brochuras ilustradas e, dirigida aos encarregados de educação, uma brochura com um CD sobre o Parlamento Europeu e as eleições de 7 de Junho próximo para o maior parlamento multinacional do mundo.


Era patente a satisfação dos alunos, visível na concentração da leitura e no folhear cuidadoso das brochuras.

Uma aluna, julgando possivelmente que as prendas foram oferecidas por mim, disse-me que era muito simpático. Aliás, a empatia foi recíproca, achei os alunos comunicativos, sociáveis e bastante interessados. Em casa, ao contar essa impressão à minha mulher, natural de uma aldeia mais arriba, na montanha, disse-me que já noutros tempos "os de Mairos" tinham fama de elevada urbanidade e sociabilidade.



Agradeço às professoras o espírito de abertura para trabalhar com um ex-colega que não conheciam de parte nenhuma. Desejo-lhes um óptimo trabalho, realizado em condições de menos autonomia e de liberdade que o meu.

Saudação, à entrada de Mairos, junto ao portão da escola, a quem chega de Chaves.

2 comentários:

Anónimo disse...

Fico feliz em verificar que a Escola que me deu condições de crescer como pessoa ainda é um local de descoberta para outras crianças.E que nunca esqueçamos deste benemérito senhor Domingos Rodrigues de Sá e de seu antigos Professores: Madureira,Anaísa e Maria Alice.
Saudades de nossa terra.
Manuel Antonio Aires.

PEREYRA disse...

E eu fico feliz por o senhor Aires reconhecer o contributo de antigos professores para a sua formação. Um docente não está à espera que o seu trabalho seja reconhecido pela comunidade mas nos dias que correm, quando a profissão está a ser vilipendiada, é um estímulo a fazer mais e melhor, ouvir ou ler palavras como as suas.
A propósito, dispõe de elementos que possam contribuir para fazer uma eventual biografia do senhor Domingos Rodrigues de Sá?