segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Este País Endoidou!

Alberto João Jardim dixit...
...No noite das eleições legislativas que deram a vitória a Sócrates.
O líder do governo regional madeirense referindo-se aos casos polémicos em que o primeiro ministro apareceu envolvido durante o seu mandato, mostrou dessa forma a sua incredulidade perante o voto de confiança que os eleitores deram ao primeiro-ministro para continuar a governar Portugal.



Ai, ai, ai, ai, eu gosto deste rapaz!
No Largo do Rato, simpatizantes e militantes, embora contidos, «numa festa que não houve» não deixavam de exclamar a sua alegria para a câmara da televisão. Uma apoiante, inebriada pela vitória, gritou que "O gajo é jeitoso, sabe falar" !








Professores retiram maioria absoluta a Sócrates
Quem também tem motivos para estar contente, mas sem euforia, são os professores. Enquanto corpo profissional, o seu objectivo centrou-se no apelo ao voto anti-Sócrates, esgotadas as gigantescas manifestações para pressionar a demissão da ministra da educação. Ainda durante a campanha eleitoral, os movimentos independentes, sem a solidariedade dos sindicatos, convocaram manisfestações em frente ao Ministério da Educação, à Presidência da República e à Assembleia da República, a que responderam meia dúzia de gatos-pingados.



Aparentemente, o partido que mais beneficiou eleitoralmente do descontentamento dos professores foi o Bloco de Esquerda. Tradicionais votantes do PS transferiram-se nestas eleições para o BE. E Louçã soube agradecer-lhes o voto dizendo que "Hoje à noite Maria de Lurdes Rodrigues perdeu o seu lugar no governo, perante o país. Dou os parabéns aos professores que ganharam em nome da educação".

O Partido Popular de Paulo Portas, outro partido ganhador, também fez apelo ao voto dos professores. A promessa de restituir aos docentes a autoridade que a política educativa de Sócrates lhes retirou terá rendido alguns dividendos eleitorais ao CDS-PP.

Quanto aos comunistas, que desceram de terceira força política para o quinto lugar, será que têm motivos para gritar "CDU avança com toda a confiança"? Como lembrou o execrável MST, os comunistas passaram quatro anos a fazer oposição ao PS mas do meio milhão de votos que o PS perdeu, a CDU só ganhou trinta mil.


Manela! Manela!
Gritavam os jovens laranjas, uns dias antes das eleições, no Passeio Marítimo de Oeiras. A derrota eleitoral nas legislativas ainda não se vislumbrava no horizonte. Na passagem por mim entregaram-me duas canetas, um boné e uma bolsa. Mas quantos cidadãos sabem que as campanhas eleitorais dos partidos ´com assento parlamentar são financiadas pelo erário público? Acho abusivo os partidos políticos, supostamente defensores da democracia, auto-contemplarem-se com uma benesse que contribui para o descrédito do regime democrático.

Pois chegou, Manela!
Quando Paulo Rangel ganhou as eleições do Parlamento Europeu para o PSD, imediatamente houve vozes de barões no partido que atribuiram, injustamente, o mérito da vitória à lider do PSD. Rangel, humildemente remeteu-se ao silêncio e só foi chamado na última semana da campanha eleitoral para surgir ao lado da líder, transmitindo-lhe, sorridente e bonacheirão, a força anímica de que ela carecia para empolgar multidões. Vitorioso das eleições europeias, é ele o indesejado herdeiro do poder dentro do PSD e futuro candidato a primeiro-ministro. Mas que se cuide, o ambicioso cacique de Vila Real, Passos Coelho, viciado na politiquice desde os tempos da JSD, não lhe vai facilitar a tarefa de chegar ao pódio!


Voto na Mesa C-1 da Escola EB1 Sá de Miranda, em Oeiras, "edifício construído e entregue ao município pelo empresário Francisco da Silva Santos", conforme se lê na placa de inauguração. Quando fui votar, por volta das 11 horas, surpreendeu-me a elevada movimentação de eleitores, superior ao habitual, tendo chegado à mesa de voto só depois de algum tempo de espera. Fiquei, por isso, na expectativa de que a participação no acto eleitoral fosse elevada.




Contudo, a participação elevada não se verificou. A abstenção no concelho de Oeiras foi de 34,95% e no país chegou aos 39,4%, superando a abstenção de 2005. Quatro em cada dez eleitores não exerceram o seu direito de votar! Porquê? As explicações superficiais são muitas, sem irem ao cerne da questão. Mas o rei, isto é, o regime democrático, vai nu! Por um lado impede-se o voto por correspondência a quem não se encontra no seu local de voto no dia da votação e pretende-se retirar o direito de votar aos nossos emigrantes e por outro, como terapia falaciosa, fala-se em tornar o voto obrigatório e na criação de milagrosos circulos uninominais que beneficiarão artificialmente a representatividade da maior força política em cada pequeno círculo eleitoral criado. Tudo será feito, é certo, não em função da defesa de ocultos interesses partidários mas em nome da santa democracia!

Asfixia Democrática



Durante a campanha eleitoral falou-se em asfixia democrática, em censura do Governo a jornalistas incómodos e em escutas do Governo ao Chefe de Estado. PSD e PS trocaram acusações. Na linha de acção de Jorge Coelho, famoso por afirmar que quem se mete com o PS leva porrada, João Soares apelidou MFL de ser a "Outra Senhora", expressão política usada para designar o regime de Salazar. A lider do PSD ficou ofendida, como aliás ficam outros militantes sociais-democatas, sempre que um dirigente socialista os insulta, chamando-os ou insinuando que são fascistas.

À parte o folclore do jogo de palavras, durante a campanha eleitoral não se falou da verdadeira asfixia democrática sentida pelos pequenos partidos. Ignorados pela comunicação social, ficam impedidos de fazer chegar as suas propostas aos eleitores e estes ficam limitados na sua opção de escolha. Agora já nem tempos de antena existem! É possível que não mudasse o sentido do meu voto mas gostaria de ter tido livre acesso à informação das novas formações partidárias sem ficar limitado às decisões de quem controla a comunicação social. Fiquei admirado de ver no boletim de voto, no momento em que estava a votar, que no círculo eleitoral de Lisboa, ao qual pertenço, havia quinze formações partidárias a concorrrer. Evoluímos de um regime pluripartidário para um regime pentapartidário e, se assim continuar, paira sobre nós o aspectro do Big Brother bipartidário.



175.399 cidadãos eleitores deram o seu voto a formações partidárias que não serviram para eleger qualquer deputado. Com um sistema eleitoral democrático, semelhante ao que funciona na Holanda, onde existe uma quota de deputdos eleitos por um circulo eleitoral único, nenhum voto se perde, todos são úteis. Se esse sistema fosse aplicado em Portugal o MRPP, com 52.632 votos teria eleito dois deputados, o MEM - Movimento Esperança Portugal, com 25.335 votos, teria eleito um. Os votos perdidos, devido ao Método de Hondt, benificiam os grandes partidos. O PS, com 36,56% dos votos expressamente válidos, obtem 96 mandatos, correspondentes a cerca de 40% dos deputados.


Na Alemanha, Angela Merkel ganhou as eleições por maioria relativa, como o PS, mas vai formar um governo de coligação com um parceiro que lhe dá apoio parlamentar. Em Portugal, um Sócrates arrogante e não isento de suspeita social de comportamentos ilícitos vai formar um governo minoritário e logo a seguir terá de negociar, aos zigue-zagues, com este ou aquele partido, para obter apoio ou abstenção parlamentares. Na Alemanha uma moção de censura obriga a que os partidos de oposiçao encontrem uma solução partidária para governar o país; em Portugal, o cenário provável são a realização de eleições antecipadas.


Sócrates vai-se aguentar até quando? Fazem-se apostas!



P.S. Lê-se em rodapé que o INE enviou dia 28 de Setembro uma notificação de défice excessivo ( 5,9% , mas há quem fale em 9%) ao EUROSTAT. Estatísticas oficiais, dando conta da má perfiormance da economia, escondidas até depois das eleições. Quem beneficiou com a retenção da informação?





sábado, 26 de setembro de 2009

Dia Europeu das Línguas

26 de Setembro
European Day of Languages
Journée Européenne des Langues





Multilinguismo, um valor a preservar

A União Europeia encerra um verdadeiro tesouro linguístico: 23 línguas oficiais e mais de 60 línguas regionais ou minoritárias, além das línguas faladas pelas pessoas de outros países e continentes que vivem na Europa. Precisamente para chamar a atenção para este imenso património linguístico, a União Europeia e o Conselho da Europa tomaram a iniciativa de comemorar o Ano Europeu das Línguas em 2001.



A ideia é despertar o interesse dos jovens e menos jovens e desafiá-los a aprenderem línguas através da organização de actividades diversas. As línguas serão o tema de jogos e passatempos, serões literários, mesas redondas e muitas outras iniciativas.

O Dia Europeu das Línguas é comemorado todos os anos, desde 2001, em 26 de Setembro. A razão de ser deste dia “especial” é celebrar a diversidade das línguas e das culturas existentes no espaço europeu.

Em Portugal, 51,3% das pessoas entre 25 e 64 anos não falam qualquer língua estrangeira (36,2% é a média da UE), porcentagem que coloca o país em penúltimo lugar, depois da Hungria (78,4%).

No outro extremo está a Lituânia, onde apenas 2,5% dos adultos não falam outra língua, seguida da Suécia, com 5%.

Dos portugueses inquiridos, 22,3% responderam que falam um idioma estrangeiro (35,7% na UE) e 26,4% que falam dois ou mais (28,1% na UE). A segunda língua mais falada pelos portugueses é o inglês. Em relação ao número de alunos do segundo ciclo do Ensino Secundário que aprende línguas, Portugal não disponibilizou dados ao Eurostat, o gabinete de estatísticas da UE.

O Reino Unido é o país onde mais estudantes não aprendem qualquer idioma naquele grau de ensino (51,4%, contra 6,4% na UE), seguido da Irlanda, com 18,8%.A média da UE para a aprendizagem de uma língua estrangeira é de 33,4% e de duas ou mais é de 60,1%.

Na Holanda, Luxemburgo e República Checa, todos os alunos do 2.º ciclo do Secundário aprendem pelo menos duas línguas estrangeiras.O inglês é a segunda língua mais estudada em 24 Estados-membros, com o francês a ocupar essa posição na Irlanda, Luxemburgo e Reino Unido.