domingo, 18 de maio de 2008

Visita ao Museu Militar de Lisboa

18 de Maio, dia Internacional dos Museus


Um grupo de professores e familiares, a convite da colega Regina Faria, da Secundária de São João do Estoril, fez uma visita ao Museu Militar de Lisboa. Recebi o convite, com satisfação, apesar de não ser professor de Geografia. E foi um privilégio o guia ter sido o próprio director, tenente-coronel Manuel Ribeiro de Faria, militar de craveira humanista
Porta oriental do Museu Militar. Esculturas de Teixeira Lopes (1900)



Às armas! Às armas! Pela Pátria lutar, contra os canhões marchar, marchar!


É o mais antigo de Lisboa. Fica ao lado da Estação de Santa Apolónia e perto do Panteão Nacional.
A denominação de Museu Militar porém, data de 1926. Antes, chamava-se Museu de Artilharia, oficialmente criado em 1851 por decreto da raínha D. Maria II, para por a salvo as peças que existiam no Arsenal Real do Exército.

Pátio dos Canhões Gigantescos canhões de bronze, sobrantes de construções de várias épocas do Império (é uma das maiores colecções do mundo do género).
Alabardas medievais e armaduras recolhidas em castelos de todo o país. Sabres doados por famílias de nobres militares. Kalashnikov AK 47, encontradas na mata e as célebres G3, de fabrico nacional. De tudo isto se pode ver no Museu Militar
Além das peças bélicas, fazem parte do Museu Militar, importantes colecções de pintura e escultura dos séculos XVIII, XIX e XX, assim como colecções de azulejaria.


A visita ao Museu Militar começou num edifício mais acima, perto do Panteão, onde os artistas faziam em gesso, os moldes das peças bélicas e esculturas destinadas à fundição, feita no Arsenal do Exército. No edifício estão guardados alguns moldes, sendo o mais famoso o da estátua equestre de D. José.



Originalmente designado Museu de Artilharia, este espaço reflecte a história militar das forças armadas de Portugal, não faltando salas dedicadas às campanhas de África, para além de vários objectos serem anteriores à fundação do museu.

Carroças e coches
Usadas no transporte de peças de artilharia e esculturas, da fundição do Arsenal do Exército para o Convento de Mafra.
Prisão do Leão de Gaza, Gungunhana
Espaço dedicado a Mouzinho de Albuquerque, herói da campanha de pacificação de Moçambique, em 1895/1896. O quadro representa a prisão de Gungunhana, régulo ou rei do povo vátua cujo império se estendia por Moçambique, Zimbabué e África do Sul.
Chaimite, aldeia sagrada, foi onde os nativos foram derrotados. Ironia do destino, é a partir dessa subjugação ao poder colonial que se forjou a nação moçambicana, tal como hoje existe, integrada no espaço da lusofonia. Chaimite também foi o nome dado pelos portugueses ao carro de combate usado contra os movimentos nacionalistas africanos, nas Guerras do Ultramar, entre 1961 e 1975. E, nova ironia da História, foi no uso dessas chaimites que os Capitães de Abril libertaram os portugueses, de 48 anos de regime opressor, e Moçambique, do colonialismo português. Sobre Gungunhana ver o sítio Moçambique para todos.


Sala da Grande Guerra, cujo as paredes são quase totalmente cobertas com grandes telas do pintor Sousa Lopes, evocando a participação das nossas tropas em França.
Azulejos do século XVI, os mais antigos do museu.

Salas ricamente decoradas nos tectos e nas paredes


Sala Vasco da Gama onde se expõem algumas das peças de Artilharia mais antigas, Séculos XV e XVI. As paredes desta sala são decoradas com telas de Carlos Reis alusivas à descoberta do caminho marítimo para a Índia e à ligação deste feito com os Lusíadas.
Sala dos Restauradores
Duques de Bragança: futuro rei D. João IV de Portugal
Armadura de D. Sebastião quando tinha 10 anos e retrato do Rei D. Carlos I
A Sala D. Maria II é majestosa e a decoração, exuberante







Nunca imaginara ir ao encontro de um museu tão importante como o Museu Militar. Saí de lá consciente de que a riqueza do espólio é imprescindível para estudar a História de Portugal e a pintura portuguesa dos séculos XVIII e XIX.

O Museu Militar de Lisboa é património cultural de valor incalculável para Portugal. Só o espólio relacionado com as Campanhas de África, nos séculos XIX e XX constitui uma sólida ponte de união entre as culturas portuguesa e africanas, que a memória colectiva nacional tem de acarinhar, visitando-o mais.

No final da visita ao museu o grupo foi almoçar ao Restaurante Maçã Verde, na rua ao lado da Estação de Santa Apolónia. A escolha, sugerida pelo director do museu, não poderia ter sido melhor.

1 comentário:

FC disse...

Grande dia professor!Mais uma vez muito obrigado pelo seu convite, e foi um PRAZER assistir a sua ultima aula enquanto professor!
Um grande obrigado por tudo, pelo ano lectivo que passou na minha turma e pela grande e unica viagem que realizámos o ano passado!
Grande abraco do seu ex-aluno,



Francisco Catarino