HALT! Quem ultrapassar este limite será fuzilado!
Sempre pensei que um espaço podia ser feliz, triste, melancólico, activo, irritante, conforme o nosso estado de espírito. Sempre pensei que os espaços não tinham vida, que éramos nós, seres humanos, que lha dávamos, despertando-nos sensações ao conhecê-los.
Dia 27 de Novembro, ao visitar o campo de concentração de Breendonk, descobri que estava errada. Minutos antes de entrar sentia-me alegre, bem disposta, contente com a vida, com a viagem, com a humanidade.


Mal entrámos e nos pediram silêncio, jorraram emoções fortes do chão, do tecto, das paredes, daquele lugar que passou de desconhecido a familiarmente assustador. Nunca tinha aberto tanto os olhos e feito um esforço tão grande para não fugir imediatamente. 
Fomos andando e o desconforto aumentava cada vez mais. A crueldade e o terror eram visíveis. O espaço minúsculo a que os reclusos estavam confinados, o ar pesado, o ambiente mórbido e a pouca luz, juntamente com as descrições do horror que ali tinha sido vivido foram avassaladoras. Custava-me pensar que, até àquele dia, nunca tinha tido uma noção tão perfeita da realidade nazi.
Professores, alunos, e outros visitantes respeitavam o local, parecendo lidar bem com o facto de estarem num lugar onde jovens, velhos, inocentes foram torturados e mortos.



As palavras e descrições ecoavam no meu cérebro como um grito de socorro de alguém que chama directamente por nós.
Como se pode perceber, aquela visita perturbou-me. Não se me apagava da memória, tornou-me mais consciente. Talvez se pense que exagero. Para alguns, não terá passado de uma visita a um lugar histórico.


5 comentários:
muito bem Marta :)
Simplesmente perfeito ! =)
Beijinhoo *
Gostei muito mesmo do texto da autora,Marta Rego.Muito bom e da para ter uma grande nocao do que se viveu ali naqueles tempos,pelo que tu dizes..gostei muito!!Descreves bem os locais e a forma como viveste os minutos em que por ali passaste.
Estao todos de parabens pela viagem,e decerteza que foi inesquecivel para voces pois as viagens marcam-nos sejam pela positiva ou negativa,na maioria sem duvida pela positiva pois as viagens proporcionam nos grandes momentos aos quais nao estamos habituados no nosso dia a dia.
Espero que poste mais fotografias da sua viagem professor e que nos conte mais peripecias,principalmente para quem ca ficou e gostaria de saber como é a vida por la,o que fizeram,etc..!!
Um grande abraco e mais uma vez parabens a Marta,
Francisco Catarino
Nao acredito que houve holocausto Nazista.
Ok
«Não há pior cego que aquele que não quer ver»
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