segunda-feira, 29 de junho de 2009

Cartolinhas de Mairos



Estive presente, Sexta-feira, dia 19 de Junho, na missa e no lanche de encerramento do ano lectivo de 2008/2009 na Escola EB 1 de Mairos.

Chamado pelo senhor padre Delmino para fazer a cobertura fotográfica da missa, senti-me intruso entre encarregados de educação que não sabiam quem eu era. Só quando, do altar-mor, me chamou para ir para a frente da assistência é que, sentindo-me apresentado, passei a fotografar sem receio de ser interpelado.



Cartolas no cesto do ofertório para serem benzidas e coroarem a cabeça de meninos e meninas aplicados nos estudos.
Antes da missa houve alunos que vieram até mim apertar-me a mão e outros sorriram-me, confirmando a impressão de que são sociáveis e comunicativos.
O pimpolho não é o Menino Jesus da Cartolinha, de Miranda do Douro, mas tem-lhe o jeito e é aprumado como o soldadinho de chumbo!


Ritual de passagem ao Ciclo

Mais um jeitinho da professora Dalila e a cartola não cai da cabecinha da menina finalista da primária. Para o ano estará em Chaves, na escola do ciclo preparatório.
Além da cartola e de um diploma, cada aluno recebeu uma flor e um beijinho da professora Hermínia.


Obrigado, avó!

Um gesto de grande nobreza o do menino por, espontaneamente, ter oferecido à avó, com quem vive, a flor que a professora Hermínia acabara de lhe entregar.

Quando fui dar os parabéns à orgulhosa avó, ela, antes que lhe tivesse feito o pedido, quase me segredou: "-Pode colocar - as fotos - na Internet!"

No final da missa as fotos da praxe, como manda a tradição.


Mestra e alunos ...




... Mãe com o rebento, feliz por o filho ter vencido mais uma etapa da vida.











Cartolinhas confabulando, entre pares ...


Lanche nas instalações da escola

Aceitei o convite das professoras, que já conhecia da comemoração do Dia da Europa na Escola EB 1 de Mairos, para lanchar com o grupo.

Conversa puxa conversa e a professora Dalila inscreveu-me para o almoço de bloguistas flavienses em Segirei, no último fim-de-semana de Junho.

Homenagem de Mairos a outro cartola de Trás-os-Montes, o sábio Abade de Baçal, pároco na aldeia.


Vista captada do adro da igreja. Mairos, terra fértil!

Mairos e Argemil, duas aldeias vizinhas, duas escolas diferentes na forma de encerramento do ano lectivo mas ambas convergindo no apêlo à participação da comunidade nas actividades educativas.

domingo, 7 de junho de 2009

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A Força da Razão

Democracia e liberdade quão longe estais da escola


Durante décadas, em liberdade e sob a tutela de uma gestão democrática, dei asas à minha imaginação e à minha criatividade pedagógica. Gostava de ensinar e era feliz no exercício da minha profissão.
Hoje, com a enxurrada de leis que inundam a Escola Pública de burocracia, numa lógica de gestão empresarial, e a criação de uma estrutura fortemente hierarquizada, no vértice da qual ficará o "reitor" tecnocrata, da confiança da força política que estiver nas direcções regionais de educação, o meu campo de acção pedagógico estaria delimitado pelo querer de terceiros.
A sensação de que a liberdade e a democracia estão cada vez mais arredadas da escola, partilhada por muitos professores, causa-me tristeza, sobretudo quando olho para trás e recordo com saudade a escola democrática, de todos e para todos.
O clima nas escolas degradou-se. Estão todos contra todos. Instalou-se uma sanha persecutória, inquisitorial. Professores são amordaçados, obrigados a desfilar numa marcha de Carnaval. Outro é demitido por contar, em privado, uma anedota sobre o primeiro-ministro. Os casos de atentado à dignidade profissional multiplicam-se.
A Força da Razão
O professor doutor Vital Moreira durante a campanha eleitoral para a eleição de deputados ao Parlamento Europeu, afirmou, em Bragança, que "estamos a assistir a uma revolução na educação". Embora discorde da natureza dessa revolução, concordo com ele na existência de uma revolução visto que no curto espaço desta legislatura a estrutura e funcionamento da escola pública passou por profundas transformações que a estão a degradar.
O concurso para professores titulares foi o grande embuste que deu cobertura legal a profundas injustiças. A avaliação é uma farsa que esconde objectivos economicistas à custa da perda de poder de compra dos professores.

Este ano "todos sentem que o ano foi em grande parte perdido. Pior: todos sabem que a escola está, hoje, pior do que há um ano".
António Barreto, in Público 24-05-2009

Os professores sentem-se humilhados por uma equipa ministerial, prepotente e arrogante, que os trata como "professorzecos" e por uma ministra da educação autoritária e autista que os responsabiliza pelo abandono escolar dos alunos; que faz reformas sem ouvi-los, preferindo voltar a opinão pública contra a classe docente.

Este confronto, marcado por medidas que visam domesticar a autonomia dos professores e que os desvalorizm socialmente, vai ficar como uma das páginas mais negras da história da educação em Portugal.

"A situaçção criada é a de um desastre ecológico. Serão precisos anos ou décadas para reparar os estragos. só uma nova geração poderá sentir-se em paz consigo, com os outros e com as escolas".
António Barreto, in Público 24-04-2009

Pobre Portugal, ditosa Pátria minha amada!